Cotovelo
- Cara, que isso no seu peito?
- Uma adaga, igual aquela da musica...
- Como assim, não dói?
- Dói muito...
- Pq? Como assim? O que houve...?
-Cansei da metáfora, o peito já doía mesmo...fui levar ao pé da letra, ver o que doía mais se a vida que corta ou a adaga que rasga...
- que engraçado, nem sangra...
-Não é? Achei que ia cair e tal, mas pra mim, pareceu beliscão no cotovelo...
- Pq, beliscão no cotovelo não dói?
- Não, quer ver...?
- Ih é..que estranho, pq?
- Não tem terminação nervosa..ou poucas..
- Que louco, mas e a dor?
- Que dor?
- De cotovelo...
- A essa dói...
- o choque ou o recalque?
- Os dois...
- A dor no peito, antes da adaga era mais forte, mais funda, ela carrega consigo um ar de punição, de pena, de culpabilidade
- A dor da adaga é da raiva, da exarcebação, calamitosamente dramática e movida pela cólera impensada,
- Mas então vai deixar ela ai?
- Quem a dor ou a adaga? Antes que responda, vou tirar a adaga, ela atrapalha pra dormir e pra fechar a camisa, e a do peito...acho q ela sempre esteve aqui,
- É amigo quem saber um dia as coisas mudam
- É quem sabe um dia beliscar o cotovelo passe a doer....
Um comentário:
Dizem que cotovelo tem pele morta. Quão animalesco soa isso não?
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