sábado, 3 de abril de 2010

Demorei muito pra escrever de novo aqui, pois só em dezembro passado que concluí minha formação em ortomolecular e homeopatia. Nesse ínterim também fiz um curso de alimentação funcional com o médico Marcio Bom Tempo, autor muito respeitado com 52 livros escritos sobre os temas de ortomolecular e alimentação funcional.

Foi proveitoso esse tempo, pois além de cristalizar meus estudos nessa área muito interessante, eu pude experimentar, na prática, mudanças em minha própria vida, aplicando em mim mesmo os conhecimentos e as mudanças propostas.
Ser um psicólogo naturista, minha auto-definição, faz com que uma vez eu tendo acesso a essas novas informações, não mais consiga vivenciar minhas experiências como profissional sem usar esses conhecimentos, ainda que seja em minhas elucubrações mentais.

Pois aqui eu quebro boa parte das nossas construções de problemas que temos em nossa existência pela questão da alimentação.
A premissa é simples, simplória. O equilíbrio bioquímico que devemos ter em nosso cérebro gera um terreno de harmonia para que possamos viver melhor com nossas emoções. Exemplo: quadros depressivos e intestinos. Se ficarmos “enfezados”, seja por um prisão de ventre (que é um desequilíbrio), seja pela sujeira acumulada nos intestinos (acumulada através da ingestão de alimentos industrializados e/ou de baixa qualidade, ácidos em sua maioria), seja por processos psicossomáticos, produzimos quadros depressivos, pois 90% da serotonina, principal “substrato” de nosso bem estar, é produzida no intestino (Póvoa, 2002). Logo, se o intestino não funciona bem, a sensação de bem estar fica cada vez mais longe. Claro que as causas emocionais e/ou traumáticas também são agentes causadores de depressão, e é importante que sejam trabalhadas na terapia.

O interessante é que o tratamento psicoterápico nas emoções e no físico, através da alimentação e suplementação, torna o processo de melhora muito mais rápido e eficaz, sem abrir mão da qualidade. Pois tratar sem pensar na unidade, no binômio mente-corpo, é ir contra o óbvio. Não podemos ser reducionistas em saúde. O ser humano tem que ser olhado por inteiro.

O que pode nos deixar doentes? O desequilíbrio. TODAS as outras doenças podem ser evitadas se mantivermos nosso sistema imunológico fortalecido (pela alimentação e pela mente equilibrada) e a oxidação das nossas células controladas com a ingestão de vitaminas e minerais pela alimentação funcional e suplementos.
Mesmo as doenças congênitas ou as auto-imunes podem ser melhoradas pela alimentação. Mas o fato é que nossas emoções estão associadas à alimentação. Alimento é mecanismo de compensação afetiva para toda a sociedade, em todos os níveis. Ninguém se alimenta pensando apenas no corpo. A busca é pelo prazer, onde a associação do sucesso/celebração, com fartura a mesa, é uma questão antropológica, já que houve uma época em que não tínhamos comida em abundancia como existe hoje (por favor, xiitas de plantão: sei que ainda existem hoje pessoas morrem de fome, o que falta é uma melhor produção/distribuição no mundo. Basta vontade político-administrativa pra acabar com a fome).

Qual a solução? Passarmos a comer ração e abdicar de um pão de queijo fresquinho, de um pedaço de torta de chocolate com sorvete? Não. Como os orientais falam há 5000 anos, o melhor caminho é o do meio. Devemos criar uma base alimentar, entender o terreno que vivemos.
Nosso ar é sujo, nossa água é de baixa qualidade e nossa vida é corrida e cheia de obstáculos, sociais e emocionais. Então devemos respirar melhor, e, sempre que possível, estarmos em lugares com ar mais puro.

A nossa água também deve ser bem filtrada, e muito bem filtrada. E devemos tomar a quantidade certa da água pura, que é o nosso peso divido por 36 (ex. 72 quilos de peso deve-se beber 2 litros de água por dia, pois 72/36=2). Esse 2 litros são de água, ou seja, ficam fora dessa conta outros líquidos que possam ser ingeridos durante o dia (sucos, chás, etc.).

E nossa alimentação deve ser em sua maior parte balanceada. Devemos SEMPRE comer coisas integrais. A natureza é sabia e o refinamento é burro. O famoso arroz com feijão deveria ser de arroz integral, com casca de preferência e feijão azuki. (ou outro que não seja o preto, pois este é muito rico em enxofre).

O refino do alimento retira muito da nutrição e acrescenta coisas que fazem mal. O caso do açúcar branco, que é rico em enxofre também, é causa de muitos desequilíbrios, pois está presente na alimentação infantil de forma exarcebada, causando muito erro de diagnóstico (por exemplo: confinar uma criança em um apartamento pequeno e dar a ela muito carboidrato e açúcar das “besteiras infantis” vai fazer da criança hiperativa, não necessariamente, uma pluriatenta).
Os segredos para se viver bem não são complicados. Aplicá-los nesse mundo, denotativo, conotativo e atrasado que vivemos é que é o desafio a ser vencido.

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